Being Erica: a série que mudou a minha vida

Quem me indicou foi minha amiga Larissa. Era época do intervalo de fim de ano nas séries, e eu estava sem nada para assistir. Reclamei no Twitter e a Lari perguntou: “conhece Being Erica?”. Nem fui procurar do que se tratava. Simplesmente comecei a baixar. E minha vida mudou.

Sério. De verdade. Com quatro temporadas, a série conta a história de Erica Strange (Erin Karpluk), uma jovem moradora de Toronto cuja vida está uma merda. Não tem outra palavra melhor. Aos 32 anos, Erica está completamente cagada, e já no primeiro episódio acontece um monte de coisa ruim com ela. Ela é demitida de um call center, por ser “muito qualificada para a posição”; toma um bolo de um moço; uma tempestade cai e ela se molha toda. Para se proteger da chuva, ela entra numa cafeteria, onde dão de brinde uma bebida com nozes. Ela é alérgica. Resultado: vai parar no hospital.

Enquanto está internada, Erica recebe a visita do Dr. Tom. Ele se apresenta como o terapeuta que vai ajudá-la a melhorar tudo. Erica não o procura imediatamente, mas, quando o faz, ele pergunta o motivo pelo qual ela está naquela situação. Para Erica, se ela tivesse agido de outra maneira em diversas situações, desde a infância, hoje ela seria sinistra. Era o que estava “escrito”. Ela fez tudo certinho: estudou, trabalhou, se dedicou, e mesmo assim não há nenhum ponto da sua vida que esteja funcionando. Nem romanticamente, nem profissionalmente, nem com a família. Erica se sente uma loser, e acredita realmente que ela merecia mais.

Erica faz uma lista dos arrependimentos, e a partir deles, Dr. Tom manda ela de volta ao passado para “consertar” onde ela acha que errou. É muito interessante; nós acompanhamos Erica na infância e com os penteados equivocados da década de 1980, a militância dela na faculdade (ela é feminista! <3), os namoros. Claro que eu não vou te contar se ela consegue consertar os erros, e eu paro de descrever a série exatamente aqui.

Porque eu quero, mesmo, que você a veja. Acredito que muitas mulheres na casa dos trinta (ou vinte e muitos) conseguem se identificar com Erica. Prometeram-nos o mundo, e o que conseguimos é muito menos do que sonhávamos. Erica não é a personagem perfeita; ela erra, e muito, e isso faz com que role uma aproximação nossa com ela. Afinal, quem nunca?

São apenas quatro temporadas, e em cada uma delas o arco narrativo é totalmente diferente. Não posso dizer o que acontece a partir da segunda, mas o fato é que vamos acompanhando os dramas da vida atual de Erica, a relação dela com o Dr. Tom, novos personagens, novos trabalhos.

Eu vi Being Erica no início de 2012, enlouquecidamente, e comecei a rever agora. Chorei baldes no primeiro episódio. Eu recomendo que você faça o mesmo (menos a parte do choro). De todas as séries que eu já vi – e olhe que foram muitas – essa é a que eu indico de olhos fechados. Vai lá ver e depois me conta o que achou.

(ah! eu vou fazer comentários aqui sobre os episódios que estou vendo ou resumo de temporada!)